Pode-se falar da personalidade como uma mistura de fatores determinados pela biologia e pelo ambiente: Temperamento e Caráter.
Temperamento
O temperamento refere-se às influências inatas, genéticas e constitucionais que influem na personalidade; isto é, constituiria a dimensão biológica da personalidade.
Alguns pesquisadores estabeleceram quatro possíveis dimensões biológicas do temperamento, são eles:
- “Busca de novidade ou ativação comportamental”. Refere-se a uma tendência genética a implicar-se em atividades exploratórias que levem à estimulação prazerosa ou a outras recompensas, ou ainda a um comportamento que evite o tédio ou a monotonia.
- “Impedimento do dano ou inibição comportamental”. Refere-se à inibição de comportamentos que conduziriam ao castigo, a situações novas ou à frustração.
- “Dependência da recompensa ou manutenção comportamental”. É a tendência constitucional a responder às situações reforçadoras e a manter comportamentos que continuam produzindo prazer ou que aliviam o castigo.
- “Persistência”. É a tendência a continuar realizando um comportamento, apesar dos possíveis obstáculos ou dificuldades.
Outros pesquisadores, falam de cinco grandes fatores temperamentais da personalidade (Big Five), que seriam os seguintes:
- “Neurose”. Tendência ao mal-estar psicológico e ao comportamento impulsivo.
- “Extroversão”. Tendência a envolver-se em situações sociais e a sentir alegria e otimismo.
- “Abertura à experiência”. Curiosidade, receptividade e novas ideias e expressividade emocional.
- “Amabilidade”. Grau em que se mostra compaixão e hostilidade para com os outros.
- “Responsabilidade”. Grau de organização e compromisso com os objetivos pessoais.
Caráter
O caráter refere-se a fatores psicossociais, aprendidos, que influem na personalidade.
Boa parte do caráter é formada ao longo da experiência e do processo de socialização. Os esquemas são encontrados dentro do conceito de caráter, por ser algo aprendido, geralmente durante a infância.
O caráter, incluindo os esquemas (de especial relevância nos transtornos da personalidade), refletiria a dimensão psicológica da personalidade. E tem sido normalmente o caráter que constitui o objetivo de tratamento para as diversas terapias dirigidas à modificação dos transtornos da personalidade.
Os esquemas referem-se às crenças básicas que um indivíduo utiliza para organizar sua visão sobre si mesmo, o mundo (incluindo as demais pessoas) e o futuro. Existem muitas proposições sobre as dimensões básicas da personalidade, mas não parece que por ora se chegue a um acordo sobre essa questão.
O esquecimento do temperamento nas terapias para os transtornos da personalidade pode ter sido uma das principais razões da pouca eficácia dessas terapias.
Na Clínica Vale Viver oferecemos um tratamento completo e especializado para o tratamento de dependência química, outras compulsões e saúde mental.
Saiba mais sobre esse e outros assuntos navegando pelo site e siga-nos nas nossas redes sociais.
Referências teóricas:
CLONNINGER, C. R.; SVRAKIC, D. M. y PRZYBECK, T. R. A psychobiological model of temperament and character. Archives of General Psychiatry, 50, 975-990, 1993.
COSTA, P. T. y McCRAE, R. R. The NEO Personality Inventory Manual. Odessa, FL: Psychological Assessment Resources, 1985.
SPERRY, L. Cognitive behavior therapy of DSM-IV personality disorders. Philadelphia, PA: Bruner & Mazel, 1999.